Quem nunca assistiu um bom filme? Quando vemos os personagens vivendo o seu cotidiano ou enfrentando desafios que os fazem ficar para baixo, nós sentimos empatia por eles, e esse é um sentimento natural do ser humano, somos capazes de nos colocar no lugar do outro, até mesmo de pessoas que nunca conhecemos e de espécies diferentes da nossa.


Nesses tempos de pandemia, a maioria das pessoas estão passando a maior parte do dia em casa. O novo coronavírus começou a se espalhar devido ao contato inicial com animais silvestres. Existem inúmeros vírus na natureza isolados dos seres humanos, mas quando, vamos supor, um caçador acaba se cortando, os vírus que estavam no animal entram na corrente sanguínea e se espalham de forma desproporcional ao sofrer mutações dentro do novo hospedeiro.

Mas haveria coronavírus se o mundo fosse vegano?


Separei três filmes que abordam a nossa relação com a natureza em suas narrativas:

Nausicaä e o vale do vento

O filme Nausicaä e o vale do vento é um anime de longa-metragem que se passa numa Terra futurista devastada por uma guerra, que extinguiu a civilização moderna como conhecemos, nesse mundo as pessoas precisam conviver com criaturas gigantes e florestas que exalam poros venenosos. A protagonista, a princesa Nausicaä, precisa proteger o seu povo e, ao mesmo tempo, impedir que duas nações entrem em guerra e destruam o pouco que sobrou de vida na Terra.

“A principal reprimenda da obra é direcionada à ganância humana, que, disposta a sacrificar à tudo para atingir seus objetivos, destrói a natureza sem nenhum receio. No universo de Nausicaä, no entanto, a natureza resolve reagir, cobrindo o mundo com uma vegetação inóspita para os seres que tanto a fizeram mal. ” (Fonte: Medium)

A mensagem do anime é simples, transmitida de um jeito que nos faz sentir culpa, pelas dificuldades que as próximas gerações vão enfrentar, mas ao mesmo tempo esperança, esperança de que podemos fazer a diferença, mesmo que apenas por um instante, que, juntos, são tão valiosos quanto uma grande ação.

A própria, mesmo nas situações mais desafiadoras, em que muitos recorreriam pela violência, ela prefere resolver conversando, sendo empática e de coração aberto, pois não dá para acabar com a violência usando mais violência.

Wall-E

WALL·E é um filme de animação americano de 2008 produzido pela Pixar Animation Studios e dirigido por Andrew Stanton. A história segue um robô chamado Wall·e, criado no ano de 2100 para limpar a Terra coberta por lixo. Wall-e, assim como outros robôs, foram enviados para a Terra pela empresa BNL para executar esse serviço. Enquanto isso, os seres humanos se protegem de toda a toxidez de nosso planeta na estação espacial Axiom. Ele se apaixona por um outro robô, chamado EVA, que tem a missão de encontrar pelo menos uma planta na superfície do planeta Terra. Ele a segue para o espaço em uma aventura que irá mudar seu destino e o destino da humanidade.

Uma das melhores ficções científicas já produzidas pela Pixar, WALL-E é uma critica extremamente divertida e cativante, que nos alerta dos perigos do nosso estilo de vida moderna – como a alineação e o comodismo – as pessoas a bordo da nave são completamente passivas, gastam seu tempo comendo e olhando para uma tela que projeta imagens, deixando-os tão passivos que se tornam incapazes de reconhecer e analisar o mundo à sua volta.

Não está longe da verdade, estudos indicam que passamos uma grande parcela do nosso tempo nos nossos aparelhos celulares, principalmente nas redes sociais, absorvendo passivamente os conteúdos que nos são direcionados, colocando-nos numa bolha.

Somos incentivados a consumir mais, a assistir mais vídeos, a comer mais fast foods e a atingir expectativas desumanas, assim, é criada uma demanda por mais produtos, que aumenta a extração de recursos naturais, o que leva ao avanço em áreas verdes e de habitats de animais em risco de extinção.

Se pararmos para ver o que temos guardado em nossas casas, vamos chegar a conclusão de que a maior parte das nossas coisas acumulamos sem necessidade alguma.

Ponyo

Do mesmo estúdio de Nausicaä e o vale do vento, o Studio Ghibli, Ponyo é uma peixinha-dourada com características peculiares. Ela sempre teve uma curiosidade em conhecer o mundo dos humanos. Um dia ela conhece Sosuke, um menino amigável e calmo. Ele a encontra presa num monte de lixo, e a partir daí começa uma amizade entre os dois.

Há uma mistura interessante entre fantasia e realidade. A simplicidade com que os relacionamentos são mostrados e como nós estamos intimamente ligados com a natureza desse planeta. Pode parecer estranho, já que não sentimos no nosso dia-a-dia as consequências do desequilíbrio do meio ambiente, afinal, o que uma floresta queimando ou montanhas de lixo no oceano vão mudar no meu café da manhã ou a minha ida para a escola ou o trabalho?

Sempre há coisas ruins acontecendo no planeta, mas não acho que devemos simplesmente aceitar que isso como uma normalidade. É verdade que nem tudo é um conto de fadas, mas se não enxergarmos que podemos melhorar, que tipo de mundo deixaremos para nossos amigos, familiares e pessoas próximas?

Nosso lugar nesse mundo

Nós temos no nosso imaginário coletivo a ideia de que somos um caso à parte do restante dos animais, mas estamos tão à merce desse mundo quanto um gato, um peixe ou um pássaro. Vivemos juntos em uma sociedade, temos amigos e familiares, sofremos quando algumas dessas pessoas vão embora e com esse sentimento de que estamos sozinhos.

Alguns animais evoluíram para viverem individualmente, outros, em bandos da mesma espécie. A natureza segue ciclos: a vida e a morte, destruir e recriar, viver ou temer. Hoje em dia dificilmente alguém é morto por um leão ou por uma picada de uma cobra. Mas, mesmo assim, vivemos com medo, é natural sentirmos isso, só que, às vezes não compreendemos o porquê de estarmos nos sentindo assim.

1 thoughts on “Longa metragens sobre nossa relação com a natureza

  1. Pingback: O dia em que a Terra parou

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